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2012 - Livro Vermelho 2013

Polygala molluginifolia A.St.-Hil. & Moq. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 12-11-2012

Criterio:

Avaliador:

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

?Espécie herbácea de ampla distribuição, extensão de ocorrência de 2.239.306 km². Encontrada em floresta pluvial e formações campestres no Cerrado e Mata Atlântica. Conhecida de mais de dez situações de ameaça.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Senega molluginifolia (A.St.-Hi. & Moq.) J.F.B.Pastore;

Família: Polygalaceae

Sinônimos:

  • > Polygala molluginifolia ;

Mapa de ocorrência

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Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

​Descrita em Fl. Bras. Merid. (A. St.-Hil.). ii. 25. 1829.

Distribuição

Ocorre nos estados deSão Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul (Pastore, 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por ervas de 20-35cm de altura; coletada com flores e frutos de Janeiro a Abril, Outubro e Dezembro (Marques; Gomes, 2002).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes OEstado de São Paulo originalmente possuía aproximadamente 81,8% (20.450.000 ha)de seu território coberto por Mata Atlântica. Hoje, a Mata Atlântica no Estadorepresenta cerca de 18% da remanescente no Brasil, concentrando-se ao longo dolitoral e encostas da Serra do Mar, significando cerca de 8,3% da área doEstado e 83,6% da vegetação nativa ainda existente no Estado. Mesmo em áreasprotegidas ocorrem ameaças como invasões de populações marginalizadas(favelização de manguezais e encostas), especulação imobiliária, mineração,extrativismo vegetal clandestino, caça e pesca predatórias, lixões, poluição daágua, mar, ar e solo e chuva ácida sendo essas ameaças permanentes àconservação dos remanescentes da Mata Atlântica no estado de São Paulo (Costa, 1997).

1.1 Agriculture
Detalhes A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanusKunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf,Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes No estado do Rio Grande do Sul, odesmatamento dos bosques naturais, especialmente da Floresta Estacional e daMata dos Pinheiros, é uma das conseqüências do modelo de desenvolvimento quesempre buscou novas fronteiras agrícolas e novas áreas para cultivo, promovendoo plantio até a borda dos cursos dágua, com perda de vegetação ciliar, eimplicando no uso de adubos químicos de alta solubilidade e na aplicação deherbicidas e pesticidas. A conseqüência imediata da retirada da coberturavegetal foi a maior fragmentação dos ecossistemas e o aumento do processoerosivo. A longo prazo, tal situação levou a sérios problemas associados, comoperda da capacidade produtiva das terras, redução nas colheitas, degradaçãofísica, química e biológica dos solos, aumento no custo de produção, assoreamentodos rios e reservatórios, redução na qualidade e disponibilidade da água,aumento no custo de tratamento e danos à vida aquática. O domínio da MataAtlântica ocupava, originalmente, cerca de 13 milhões de hectares (50% dasuperfície do Estado), tendo atualmente remanescentes de mata e restinga queatingem apenas 600.000 hectares, aproximadamente, 5% da cobertura original.Outra conseqüência direta do desmatamento abusivo tem sido o desaparecimentogradativo de espécies vegetais de valor econômico e ecológico, das quais sedestacam o pinheiro brasileiro, (Araucaria angustifolia), as canelas (Nectandraspp.), os angicos (Parapiptadenia rigida), os cedros (Cedrelafissilis), as grápias (Apuleia leiocarpa), as imbuias (Ocoteaporosa), etc. O ecossistema campos, em área limítrofe com a Argentina e como Uruguai, vem sofrendo forte descaracterização em função da utilizaçãointensiva para atividades agropecuárias e com o incremento do uso de espéciesvegetais exóticas para melhorar as pastagens naturais. Este processo destróias características naturais do ecossistema campo, colocando-as em risco decompleta eliminação, apesar de sua importância ecológica. Cabe ressaltar anecessidade de serem adotadas soluções conjuntas, pois alguns desses locaisformam corredores ecológicos. Nas áreas de restinga, junto ao Litoral do estado do RS, há situações bastante distintas em função de influênciasantrópicas e relativamente ao seu estado de conservação, no que se refere aosaspectos da biodiversidade. O Litoral-Norte, que tem estreita relação com osremanescentes da Mata Atlântica, teve forte perda de suas característicasnaturais, motivadas por urbanização, além de outros fatores antrópicos de menorintensidade. No Litoral Médio e no Litoral Sul, há uma ocupação principalmentecom agricultura extensiva e cultivos de florestamentos com espécies exóticas(principalmente Pinus spp.), embora nesses locais situem-se os doisprincipais redutos de importância global do Estado: Parque Nacional da Lagoa doPeixe (sítio Ramsar, situado no Litoral Médio) e Estação Ecológica do Taim (noLitoral Sul). A Estação faz parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e doSistema Lagunar da Lagoa Mirim, na fronteira com a República do Uruguai,situada junto à Reserva da Biosfera de Bañados del Este. Nas duas áreas,além da introdução de espécies exóticas, ocorre intensivo uso das áreas deentorno para cultivo de arroz irrigado. Aqui se salienta uma ameaça que vem seincrementando mais recentemente: a utilização de áreas para aqüicultura, com peixes/crustáceosexóticos, colocando-se em risco a rica diversidade biológica nativa regional(e, nesse caso, internacional) (Margareth et al., 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção. Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650km2 de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

Ações de conservação

4.4.3 Management
Observações: Ocorre em Unidades de Conservação: Reserva Biológica Ibirapuitã, no estado do Rio Grande do Sul (CNCFlora, 2012).

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada Vulnerável (VU) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

Referências

- PASTORE, J.F.; MARQUES, M.C.M.; MEDEIROS, E.S.; LUDTKE, R. Polygala molluginifolia in Polygala (Polygalaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB032434>.

- MARQUES, M.C.M. Polygalaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.439-442, 2009.

- COSTA, J. D. B. A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no estado de São Paulo. M. Atlântica., São Paulo, 1997.

- MARGARETH,V; COLLE, C.; CHOMENKO, L. ET AL. Projeto Conservação da Biodiversidade como fator de contribuição ao desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul - Diagnóstico das Áreas Prioritárias., 2005.

- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- MARQUES, M.C.M.; GOMES, K. Polygala (Polygalaceae). In: WANDERLEY, M.G.L.; SHEPHERD, G.J.; GIULIETTI, A.M.; MELHEM, T.S.; BITTRICH, V.; KAMEYAMA, C. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP/Hucitec, p.234-253, 2002.

- SETUBAL, R.B. Vegetação campestre subtropical de um morro granítico no sul do Brasil, Morro São Pedro, Porto Alegre, RS. Mestrado. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2010.

Como citar

CNCFlora. Polygala molluginifolia in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Polygala molluginifolia>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 12/11/2012 - 12:17:30